sábado, 4 de dezembro de 2010

De Colonia a Buenos Aires em familia


Buquebus visto da plataforma de embarque em Colonia

Desculpem pela  demora em postar sobre nossa ida de Colonia a Buenos Aires, mas nessa época do ano acho que estamos todos na corrida... Então vamos lá...

Após entregarmos nosso carro alugado - na rodoviária, que fica ao lado do porto de Colonia-, fomos aguardar o horário de embarque no Buquebus que nos levaria até Buenos Aires.

Para quem não conhece, o Buquebus para barco não serve e, digamos, que para um navio é pequeno demais. Dentro tem todo conforto, com poltronas tipo avião, divididas em 1ª e 2ª classe (turística). Os barcos ainda carregam veículos, assim, quem está indo com o próprio carro também pode aproveitar o passeio e poupar algumas horas de viagem se está indo de Montevidéu ára Buenos Aires.

Existem vários tipos de viagem: Buque rápido, viagem de 1h entre Colonia e Buenos Aires e de 3h entre Montevideú e Buenos Aires; Buque ferry (lento), viagem de 3h entre Colonia e Bueno Aires. A empresa dona do Buquebus tem serviço de ônibus e até avião, o que torna simples as conexões e amplia as posssibilidades de roteiro (http://www.buquebus.com/). Para a travesia de barco entre Colonia e Buenos Aires há também os barcos da Colonia Express (http://www.coloniaexpress.com/ar/) e da SeaCat (http://www.seacatcolonia.com/), mas nunca experimentei esses serviços.

O custo da viagem polo Buquebus de Colónia a Buenos Aires, para nós -3 adultos e 2 crianças-, convertido do peso argentino ao real ficaria assim: 1ª classe: R$480,00 e 2ª classe R$365,00. A primeira vista parece caro, mas se levarmos em conta que éramos 5 pagantes não fica tão salgado. Além disso, conseguiriamos conhecer Colonia a partir de Montevidéu, qualquer outra forma de locomoção até Buenos Aires sairia mais caro ou empataria. Resolvemos unir o útil à economia; conhecermos Colonia e passearmos de barco.

Mas já tínhamos economizado bastante resolvemos, então, experimentar a 1ª classe... Fica no andar de cima do Buque. Fomos acomodados em volta de uma mesa, ao lado da janela, em poltronas reclináveis hiper confortaveis. Como cortesia, fomos brindados com vinho espumante, refrigerante (para as crianças) e snacks.  A visão do Rio da Prata durante a viagem foi a mais compensadora, fora o free-shop.

Sim!!! Dentro do buquebus tem um free-shopping e bem completo, diria até mesmo que é melhor que muito aeroporto internacional.

Agora para quem está em Buenos Aires a melhor forma de conhecer Colonia é contratando um dos pacotes vendidos no site das próprias empresas que fazem a travessia. Para passar o dia sai muito mais em conta e alguns tem até almoço incluído, vale a pena pesquisar.

Esta foto ao lado é do andar superior onde viajamos e temos abaixo parte do free shopping. Como qualquer mortal, tínhamos que dar uma espiadinha o que só me deixou arrependidissima...

Os preços no Buque são muito mais em conta que os dos free-shopping dos aeroportos. Pena só descobrir isso muito mais tarde. Não sei se dá pra ter ideia pela foto, mas a decoração é bem bacana.
Chegamos ao porto de Buenos Aires, na hora do almoço, e fomos a locadora pegar nosso carro. Vale a nota, de Buquebus você chega no centro de Buenos Aires, em Puerto Madeiro.

Nosso hotel ficava bem pertinho do porto, uns 15 minutos de carro, alias recomendo muito: Marseille des Anges, no bairro Retiro, que fica entre o Centro e a Recoleta. Conjugado maravilhoso, decoração retro chiquérrima, muito espaço, todos os frufrus que adoramos e diária bem abaixo do normal pelo conforto oferecido, menos pela falta de garagem, mas nada que impeça sua hospedagem porque o atendimento é muito bom. Existem estacionamentos 24h, próximos ao hotel.

A única coisa estranha é que no café da manhã você abre a geladeira e se serve. Também não há bule o a conhecida cafeteira industrial. Você pede à garçonete o que quer beber e como o quer, por exemplo, leite com chocolate morno. Elas providenciarão.


Como as crianças nunca tinham ido a Buenos Aires, fizemos um tour à tarde. No roteiro o Centro, Plaza de Maio e Casa Rosad,a que estava aberta para visitação, aliás é linda por dentro, nunca tinha entrado, vale a fila.

No dia seguinte tivemos a infeliz ideia de ir ao Caminito e de lá ao estádio do Boca, a famosa Bombonera e ao museu do clube, que fica dentro do estádio. Por ser domingo, véspera de feriado estava lotado de turistas e moradores, para ajudar tinha uma daquelas feirinhas horrorosas. Na segunda-feira era feriado local e na terça era a vez do Brasil, dá para imaginar o que tinha de brasileiro por lá... Parecia a 25 de Março em véspera de natal; realmente tirou o encanto do lugar. Mas pela visita ao estádio meu filho Gabriel achou que valeu todo sufoco e fila para chegarmos até lá. Então, como todos os pais, achamos que foi até divertido e valeu pela felicidade dele.

Finalmente, após o jantar fomos descansar, pois no dia seguinte iríamos ao tão  desejado zoológico em Lujan. Alias esse passeio foi o principal motivo da viagem.
 
Por ser feriado, nos foi recomendado pelo hotel sairmos cedinho para voltarmos antes das 17h, pois corríamos o risco de grandes congestionamentos na volta, nada diferente do nosso Brasil... Tentamos cumprir a risca, e saímos cedinho com um céu azul e o sol prometendo um dia bem quente. Lujan fica a 60Km de Buenos Aires por uma auto estrada excelente e bem sinalizada. É fácil achar o caminho para o Zôo.

Recomendo muito, tanto para crianças como para adultos. Você consegue interagir com os animais de uma forma que nunca imaginei. Logo na entrada, após a compra do ingresso -que achei baratérrimo, cerca de R$15,00 adulto e R$7,00 criança-, você pode comprar alimentos para os animais e cada pacotinho é para um animal especifico. Por exemplo, os ursos comem marrom glacê; o elefante marinho e os lobos do mar, mariscos frescos; outros comem rações de formatos diferentes. Compre vale muito a pena!


Olhem a foto do tigre, lindo e manso que deixa você acariciá-lo, meus filhos deram até mamadeira a ele. Você deve estar se perguntando: Mas como?? É que todos os animais são criados com cachorros desde pequenos, para ficarem adquirirem a docilidade deles e ficarem amigos do homem. E ficam... Acreditem. São ursos, tigres, leões, focas, dromedários, elefantes, camelo e muito mais que não me lembro agora, os mais fofos são os filhotes de leão, parecem de brinquedo, dá uma olhadinha...


Quando for a Buenos Aires não deixe de ir até lá, você vai amar. Tem toda estrutura como banheiros, lanchonetes, restaurantes e loja de souvenirs.

Depois desse dia maravilhoso, mas cansativo, era hora de retornar ao hotel pois tínhamos, à noite, reservas para ver o tango e queríamos descansar um pouco antes.

A volta foi tranquila, a estrada estava cheia, mas não engarrafada. Já dentro de Buenos Aires o tráfego ficou um pouco mais pesado e, como estávamos com o apoio do GPS, resolvemos alterar o percurso e sair da via expressa, pegando as avenidas comuns. Para aquele momento, não poderia haver decisão mais acertada. Além de nos livrarmos do tráfego pesado, iríamos ser brindados com nossa melhor refeição em Buenos Aires.

Nosso caminho novo até o hotel passava pela Avenida Francisco Beiró e como estávamos com alguma fome, resolvemos ir devagar, procurando algum lugar. Vimos uma confeitaria em uma esquina e paramos o carro. Entramos no La Missón, Pizzas, Pasta & Café, um restaurante de bairro, nada turístico, mas com comida e atendimento dignos da mais alta nota.

Pedimos empanadas de sabores variados e clericot. A empanada é uma espécie de pastel assado, mas com uma massa diferente da que conhecemos; seu recheio é farto. Meu marido adorou a de carne, meus filhos todas elas (ricota, presunto e queijo, etc.). O clericot é uma bebida feita em uma jarra cheia de pedaços de frutas variadas (como se fosse para uma salada) em que é despejado vinho branco ou espumante. Uma verdadeira delícia!

Minhas crianças ficaram curiosíssimas e com os olhos arregalados para todas aquelas frutas coloridas, como não podiam beber o vinho, a simpática garçonete separou uma porção das frutas e preparou para eles uma versão infantil, com soda limonada. Eles amaram!

Como disse foi uma de nossas melhores refeições em toda viagem e, como estávamos fora da zona turística, uma das mais baratas. Quem quiser se aventurar fora do roteiro tradicional o endereço do La Missión é Av. Beiró, 4397, esquina com Av. Segurola, bairro Villa Devoto, telefone 4502-0033. Vale a pena.

Quanto ao tango, achei o show fraquinho. Fomos no Sabor Tango, mas a maioria desses shows tem o mesmo script, variando um pouco mais os figurinos e tempo de duração, seus preços são salgadinhos na maioria, portanto tirando o Señor Tango, que é o melhorzinho, se tiver outra opção de programa e estiver na dúvida, troque sem medo. Meus filhos gostaram, mas já disseram que não repetem o programa.

Outras opções de passeios imperdiveis:

Santelmo: bairro que conserva as características da antiga Buenos Aires, ruas de paralelepípedos com antiquários e galerias de arte.

Compras: Calle Florida, rua de comércio no centro, com roupas de inverno a preços maravilhosos e onde está um dos mais suntuosos shoppings da América, a Galeria Pacifico, com gigantescos afrescos de Spilimbergo,

Puerto Madero: Antiga zona de armazéns portuários, remodelada e que abriga a melhor região de gastronomia e de vida noturna de Buenos Aires. O preferido dos brasileiros: Restaurante La Vaca.

Recoleta: Outro lugar com ótima gastronomia. O espaço mais característico da Recoleta é, sem dúvidas, o cemitério, famoso pela majestosidade de seus mausoléus e seu charme. É lá que esta o túmulo de Evita. Aviso: quem for fã de Gardel e quiser fazer uma visita deve procurar outras bandas. Seu túmulo está no cemitério Chacarita, local onde também descansa em paz o marido de Evita, Perón.

Tenho certeza que sempre fica um gostinho de quero mais quando se visita Buenos Aires, nossos hermanos sempre nos tratam com carinho e fazem que sempre queiramos voltar.